terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sem título

"- Sinos tocam.
- Amor? 
- Não, morte."



Quem ouviu e reproduziu por sua voz já não mais existe...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sem Título

Desabotoo o vestido, as alças escorregam pelo meu corpo,
sinto-o morto aos meus pés.
Solto os cabelos e tiro a máscara.
E assim vou me despindo diante do medo para encará-lo.

Parecia uma tentativa desesperada de suicídio...
E eu não sabia se isso era bom para mim ou para ele.

De repente, percebo... que.. ele... se apaixonou por mim.
Eureca! A solução!

Nos entreolhamos e partimos!

Lisys. - algum momento de 2007 -

Procurar ainda é esperar

Eu esperava um presente.
Esperei na rua da minha casa,
no vão do meu quarto,
na mesa de café da manhã,
na umidade do espelho do banheiro.

Eu não achava.
Então, resolvi procurar.
Procurei em ruas, cantos,
lugares movimentados e becos desconhecidos.

Procurei em rostos, mãos, cabelos e abraços.
Beijos e afagos, e não achei.

Fatigada e febril,
fechei os olhos e cantei
no embalo da rede,
vi lágrimas no escuro,
lembrei de um beijo...
vivi o ''carpe diem''.

E arrisquei!
Recebi a recompensa!
Procurar ainda é esperar.

A mansidão tomou conta do meu ser.


Lisys. - algum momento de 2007 -

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Céu-menina

O Céu agora é menina.
Menina que tenta me separar
da amiga e do amado.

A menina tenta juntar
a amiga e o amado.
A menina tenta me separar
da amiga e do amado.

Da amiga eu não largo,
do amado já sou parte.
Sendo assim, não quero
mais saber do Céu-menina.

Lisys. - algum momento de 2007 -

Passo Torto

No passo torto
vamos embora.
Pouca paciência
muita conversa, papo-furado.

Corre daqui, corre dali
e o passo torto
não se conserta.

Me resta ouvir
toda essa balela.
Me resta um;
mes resta o passo,
o passo torto.

Lisys. - algum momento de 2007 -

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Mergulho Transcendente

Quando esse 'poema' foi gerado, desgracei-o durante um mês! Me senti uma mãe má, confusa e insignifante por sentir tais coisas. Cerca de 4 dias depois de seu aniversário de 1 mês, fui acometida e invadida pelo sentimento carregado e expressado nele, percebi que tudo o que ele queria dizer, estava em erupção dentro de mim. Assim, agora ele vive, e expressa o que deve, para quem quiser entender.


Morrendo um pé na areia, mente elíptica,
corpo macilento abraçado no vestido leve, surrado. Desprendimento e agonia a percutir na matéria.

Como consumida pelo mar tranqüilo,
fico lá embaixo, de olhos bem fechados,
corpo a mercê de maiores forças,
sentimento de animal de água, corpo fundido ao sal,
sal fundido às células. Vai e vem de embalo marinho.
Sim, lá eu me senti forte, corajosa, importante,
animal selvagem parindo em pleno oceano.

Parindo um pé no céu, uma mente espiral e
um corpo austero, revestido de metafísica e nudez original.
Desprendimento e alforria a percutir pela matéria.

Por Lisys

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ser e deixar de ser

Diz Oscar Wilde, que definir-se é delimitar-se, talvez sim. Tais delimitações, porém, não são imutáveis, estão sujeitas a variações a todo momento, podemos quebrar suas barreiras sempre que necessário, conveniente, ou quando simplesmente nos der na telha. O espaço se tornou pequeno? Estendamos a cerca, rompenhamos as fronteiras. Ser para depois não sê-lo, eis a maior ousadia e também necessidade humana. Só se compreende as coisas em seu sentido cabalístico quando se ousa ser tudo, o que não impede, entretanto, voltarmos ao "nada inicial", condição primeira e também última do homem. A solução para uma definição obsoleta é nada além do que a redefinição. Redefinir e nada mais. Ser ora isso, ora aquilo, ora acolá... Ser Sonja , e amanhã se tornar quem sabe Maria ou Catarina. Hoje sedentária, amanhã andarilha ou talvez ainda sedentária. Há que se entender que todas as definições são transitórias, contudo, a efemeridade delas não nos impede usá-las. O posicionamente é sempre vital, mesmo que depois surja o arrependimento ou percebamos os equívocos cometidos. A mudança é uma das características mais ricas do ser humano, não usá-las é quase negar nossa condição, o definir permite sempre a redefinição. A tese e a antítese. Diz sabiamente, Lou Salomé: "Ouse ser", o façamos então! Somos nada além que a constante mutação que teima em definir-se, e só.

Por Sonja